sexta-feira, 13 de junho de 2014

Bagagens: Inglaterra, Londres

{Big Ben visto da entrada da Abadia de Westminster}

Meus dois autores favoritos são Graham Greene e George Orwell. São poucos os livros que ainda não li de cada um deles. Isso fez com que Londres fosse palco de grande parte das minhas histórias favoritas. Se estiver procurando leitura boa para as férias, dê uma chance a Na Pior em Paris e em Londres (Orwell), A Flor da Inglaterra (Orwell), Fim de Caso (Greene) e Fator Humano (Greene). Além disso, minha mãe sempre adorou a cidade e as histórias vividas por lá em visitas antes de eu nascer povoavam meu imaginário.

Por isso tudo Londres foi nossa primeira parada na viagem que André e eu fizemos ao final do intercâmbio (mais partes da viagem você pode ver nos textos sobre Amsterdã e Bruxelas). Uma das minhas maiores curiosidade era entender como as construções católicas sobreviveram e convivem com a Reforma Anglicana. Para isso, lá fomos visitar a Abadia de Westminster. A grandiosidade do prédio não é acompanhada pela disposição de objetos no seu interior e isso me causou alguma graça. Vai ver esse é o verdadeiro espelho da relação que eu queria descobrir.

Seguimos pela nave principal com o áudio-guia nos ouvidos e fomos entrando pelas salas adjacentes. Por ali, se multiplicavam de forma desordenada as lápides dos monarcas ingleses. Lá pelas tantas, André tirou os fones de ouvido e chamou a minha atenção, sugerindo que eu fizesse o mesmo. Chegou mais perto para falar baixinho.

- Os túmulos são todos uns em cima dos outros. Os reis aqui são enterrados em puxadinhos.

Ri. Ele tinha razão. Imediatamente lembrei-me de uma frase que costumamos escutar nas aulas de História do colégio: “O ouro deixou buracos no Brasil, igrejas em Portugal e fábricas na Inglaterra”. Aquelas sepulturas da nobreza realmente divergiam das que estávamos acostumados a ver nos países latinos. Enterrar reis em mausoléus suntuosos não é regra. É só uma questão de prioridades.

Terminada a visita, ficamos um tempo parados na praça em frente à Abadia de Westminster, olhando o Big Ben e o Parlamento. Um desses minutos preciosos de não fazer nada antes de decidir qual vai ser o próximo destino do dia. Tudo tão bom, mas alguma coisa estava fora do lugar, não combinava com o que eu esperava. E de repente, out of the blue, me veio a resposta. Olhei para cima e vi que na terra da neblina nós estávamos sendo brindados com um céu azul, azul, azul.

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