sexta-feira, 6 de junho de 2014

Vai por mim: Nova York

{Lincoln Center, onde fica a Metropolitan Opera House}

Nova York foi uma cidade em que nos guiamos muito por orientações de amigos, o que foi ótimo. Da mesma forma, é uma das cidades da qual mais me pedem dicas. Por isso, na segunda edição da seção “Vai por mim”, divido com vocês algumas das minhas impressões. Se tiverem outras sugestões, vou adorar ouvi-las nos comentários.

Restaurantes:

PJ Clarke’s: provavelmente o melhor hambúrguer que já comi. Você pede a batata frita à parte e pode ir montando seu prato. Impressionantemente barato e o restaurante tem todo um clima de loja de hambúrgueres que se vê em filmes dos anos 60. Fica bem em frente ao Lincoln Center, mais especificamente na esquina do lado oposto da rua.

Red Lobster: Imperdível. É um Outback de lagosta com um preço bastante razoável. Além
disso, existe a opção de um refil de camarões (não, não é pegadinha). As lagostas são deliciosas, os pratos bem servidos e a salada de entrada é cortesia. Uma entrada que vale muito a pena são os camarões empanados em uma crosta de coco ralado. Há mais de uma loja da franquia. Nós fomos na da Times Square. Melhor custo benefício da viagem.

Olive Garden: Também é um restaurante com preço razoável, só que dessa vez com tema
italiano. A salada da entrada era especialmente gostosa e, se não me engano, também era cortesia. Também fica na Times Square.

Tao: Para um restaurante sofisticado, os preços são muito justos. Só a decoração já é um atrativo à parte com um Buda gigante no fundo da sala principal. Comemos maravilhosamente bem: um arroz asiático de lagosta e um arroz de pato asiático, feito com pato laqueado e arroz bastrami, aquele mais fininho e seco oriental. Tudo delicioso e com porções  bem grandes. De sobremesa, pedimos um dos pratos mais inesquecíveis da viagem: o Giant Lucky Cookie. Como o nome já diz, é um biscoito da sorte gigante (devia ter uns dois palmos de largura e um de altura) recheado com mousse de chocolate preto e mousse de chocolate branco. Fica em Midtown e foi meu restaurante favorito na viagem. (Como referência para moças, vale saber que é o restaurante que aparece na série Sex and The City quando a Carrie está começando a namorar um músico de jazz e onde acontece o primeiro beijo entre a Samantha e a personagem da Sônia Braga).

Buddakan: Outro asiático sensacional e com um ambiente bem sofisticado. Mesmo com reserva, tivemos que esperar um pouco no bar (isso é inclusive algo relativamente comum). Comemos umas costeletas de cordeiro com crosta de gengibre muito gostosa e um macarrão asiático servido em forma de sopa. Tomamos também um chá defumado bastante diferente. Fica em Chelsea e foi o restaurante favorito do André. É um pouco mais caro do que o Tao. (Mais uma referência para meninas: é o restaurante em que acontece o jantar de ensaio um dia antes do casamento da Carrie e do Big no primeiro filme de Sex and the City).

Pastis: Uma brasserie bem típica francesa, super na moda em NY, mas com um clima um pouco mais descontraído. Fomos no almoço e acho que o local se presta mesmo mais para eventos de dia. Tomamos uma sopa de cebola e comemos moules frites. Estava gostoso, mas não foi tão marcante. Não chega a ser caro, mas não é barato para o que oferece. É no Soho. (Mais uma de Sex and the City: é o restaurante em que a Carie está namorando o Petrovski quando os amigos críticos de arte dele chegam e falam sobre a exposição que ele está preparando em Paris).

Balthazar: Se não me engano, é do mesmo dono do Pastis, mas é levemente mais formal. A comida é bem gostosa, também no estilo de uma brasserie francesa. Não é especialmente caro, mas também esperava um pouco mais. Ainda assim, o lugar é bem bonito, parece realmente que se está na França.

Lexington Brass: Foi o lugar onde almoçamos logo depois que o André me pediu em casamento. Não escolhemos muito, mas foi uma grata surpresa. Fica em uma área de escritórios (muito perto da missão diplomática do Brasil na ONU) e faz um estilo de restaurante para homem de negócios não muito formal. Comemos um menu com entrada, prato principal e sobremesa que tinha um preço razoável. Também segue o esquema de uma brasserie francesa.

Pret a Manger: É uma loja de fast food saudável britânica que você encontra em alguns pontos de NY. Os sanduíches são bem gostosos e eles têm todo um cuidado com a comida. Acho que é a melhor opção para comer barato e saudável na correria.

Eataly: Um dos pontos altos da viagem. É um mercado fechado bem grande especializado em produtos alimentícios italianos. Lá você encontra uma parte mais de mercado em que pode comprar produtos para cozinhar e alguns restaurantezinhos. Também tem sorveterias e espaços que vendem vinhos. É muito interessante e tudo dá água na boca. Uma curiosidade é que você pode comprar uma taça de vinho em algum dos balcões e tomar no meio do mercado mesmo ou até ir bebendo enquanto faz as compras. Mesmo que não queira comer por lá, vale muito uma visita.

Outback: Dispensa comentários, exceto um: é muito mais barato! Uma blooming onion custava na época algo como oito dólares. Além disso, tem alguns pratos que não existem por aqui e uma sobremesa que é um combo de três mini doces: o brownie, o cheesecake e um bolo de cenoura muito gostoso que não tem Brasil. Esse prato também custava em torno de oito dólares e era enorme.

Starbuck’s: Lá é muito barato e existe um a cada 10 passos. Não é brincadeira, chega a ser desconcertante o como eles colocam um do lado do outro.
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Monumentos e passeios:

Ground Zero: É uma visita bastante triste e o monumento é realmente muito bonito e bem projetado. É indispensável marcar hora com antecedência pela internet (quando fomos, era a única forma mesmo de entrar no monumento) e o passeio é gratuito, ainda que sugiram que você faça uma doação. O único problema é que, do ponto em que você entra na fila até o momento em que você chega ao monumento, é preciso passar por uma dezena (não é modo de dizer) de pessoas que vão pedir para ver o papel com a marcação de horário, passam você por detectores de metais etc. Isso corta bastante a graça do passeio e é de um exagero desnecessário.

Metropolitan Opera House (Lincoln Center): Se você gosta de ópera ou balé não pode perder a oportunidade. Se não gosta, deveria dar uma chance de qualquer jeito. O teatro não é tão antigo e imponente como os equivalentes europeus e na América Latina, mas não conheço nenhuma ópera tão bem projetada. Existe uma pequena passarela depois do fosso da orquestra que permite que os artistas cheguem mais perto da platéia. As legendas, ao invés de serem projetadas em um telão acima do palco, são transmitidas em uma pequena tela individual na poltrona a sua frente e você pode escolher o idioma (inglês, espanhol ou alemão). Vimos “O Barbeiro de Sevilha” e foi sensacional. Para mim foi uma das coisas mais inesquecíveis de NY, como contei no post sobre espetáculos.
O próprio Lincoln Center, pequena praça cercada pelos teatros de ópera e balé de NY, vale uma visita.

Broadway: Para poupar tempo, uma boa opção é comprar com antecedência pela Internet. Se quiser correr o risco, pouco antes dos espetáculos eles vendem os ingressos que sobraram, muitas vezes com um preço muito mais em conta. Algumas peças esgotam com meses de antecedência, como é o caso de “The Book of Mormons”, uma sátira religiosa dos mesmos produtores de South Park que está fazendo grande sucesso. Senti muita pena de não ter conseguido assistir.

Metropolitan Museum: É incrível, fazendo o mesmo estilo do Louvre ou do British Museum. Na entrada, você paga o que desejar. A parte de Egito é especialmente interessante, inclusive com um monumento remontado em uma sala que lembra o Debod em Madri (sobre o qual já falei aqui). Se comprar alguma coisa na lojinha, vão oferecer para que você se torne um doador do museu, o que não é caro e você recebe os catálogos deles no Brasil. Acho que valeu muito a pena. Fique de olho nas exposições temporárias de moda que acontecem por lá e costumam ser bem badaladas.

Guggenheim Museum: O prédio por fora é muito bonito e é bem em frente ao Central Park. Não custa dar uma passada, mas a graça do museu depende muito da exposição temporária que estiver acontecendo na época.

Museu de História Natural (Discovery Room) e Planetário: É sensacional. Não dá para não se sentir meio criança no museu e no planetário, que são colados um no outro. É possível comprar ingressos para os dois conjuntamente na bilheteria do museu, o que é um bom negócio. Na hora da compra, você pode optar por comprar entradas para algumas exposições temporárias específicas e, dependendo do seu interesse, algumas são bem interessantes. O ingresso para projeção do céu na cúpula do planetário também deve ser comprado nesse primeiro momento. No museu, existe uma sala de experimentos para crianças que é bem divertida, a Discovery Room. Basicamente só as crianças entram, mas vale dar uma bisbilhotada nos microscópios deixados a disposição. Especialmente direcionado para pequenos (e não tão pequenos) nerds.

Balsa de Staten Island: Existe um passeio que vai até a ilha onde fica a Estátua da Liberdade, mas ele é caro e não nos interessou muito. Mas se a idéia é apenas ver a estátua mais de perto uma boa idéia é pegar a balsa para Staten Island em Downtown. O trajeto é gratuito e a embarcação passa perto da famigerada ilhota. Se você for rápido, consegue pegar assim que descer em Staten Island outra balsa de volta para Manhattan.

Biblioteca Pública de NY: Simplesmente linda! E acessível. Você entra sem precisar quase entregar a alma como nas bibliotecas do Brasil e tudo que precisa fazer na saída é abrir a bolsa para um guarda na porta. Simples assim. E, ao entrar, você terá facilmente acesso às salas com os livros. Além de tudo, o prédio é deslumbrante.

MoMA: Às vezes a fila é quilométrica, então vale cogitar comprar o ingresso com antecedência pela internet. O museu é extraordinário e as exposições temporárias também são bem interessantes. A lojinha é especialmente bacana, com vários objetos de design para casa com preços não muito altos. Não deixe de dar uma paradinha no jardim interno.
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Lojas:

Macy’s: Loja de departamento em que você vai encontrar de tudo e onde nós compramos todos os nossos lençóis por um preço infinitamente menor do que compraríamos no Brasil. Como estrangeiro, logo que chegar pergunte onde pode fazer o cartão para turistas. É rápido e fácil de fazer e dará desconto de 10% em todos os produtos.

Bed, Bath and Beyond: Loja de departamentos especializada em produtos para casa. Há muitas coisas bem boladas e com preços bem em conta.

William & Sonoma: O paraíso para quem gosta de apetrechos de cozinha.

Ricky’s: Acho que agora já são duas lojas dessa rede em NY. É uma Disneylândia de produtos para cabelo, cosméticos, esmaltes etc. E tudo por preços muito bons. Na época do Halloween, fica abarrotada de fantasias e com isso não dá para ver bem os produtos normais, mas é um parque de diversões para garotas.

Duane & Readers e All Greens: Duas boas farmácias que vendem muito mais do que apenas remédios e afins. Nas duas você pode encontrar maquiagens e coisas para cabelo bem baratinhas e bem legais. Existe uma All Greens na Times Squares que é 24h.

Strand: Mega-ultra-super livraria imperdível. O slogan deles já dá uma prévia do que você vai encontrar: “18 milhas de livros”. Há livros para todos os gostos, novos e usados, acessórios de papelaria etc. Para quem gosta de livrarias é o paraíso.

Papyrus: Acho que existe mais de uma na cidade. É uma papelaria super gracinha com os mais diversos tipos de cartões, carimbos etc.

Century 21: É um mega-outlet de diversas marcas famosas bem no meio de Manhattan. Acho que existe mais de uma loja e a que visitei fica bem em frente ao Ground Zero. O único problema é que os produtos ficam bem desorganizados e a loja fica sempre lotada.

5th Avenue: Avenida onde estão todas as lojas badaladas e a Sack’s, loja de departamento mais sofisticada, no estilo de uma Galeria Lafayette.
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Informações úteis:

- metrô: simplesmente não fecha, funciona 24h por dia/ sete dias por semana. É possível fazer um passe semanal que dá direito a ilimitadas viagens e sai mais em conta. Suponho que deva haver um passe mensal ainda mais vantajoso economicamente. Você consegue ir para quase qualquer lugar de metrô.

- táxi: não há muita necessidade em usá-los, já que é muito fácil se locomover a pé e o metrô tem diversas linhas. De toda forma, o preço não é muito caro e você pode acompanhar o trajeto em todos eles, através de um GPS que fica de frente para o banco de trás. Em horários de pico, eles perguntam o seu trajeto e muitas vezes se recusam a fazer a viagem, o que é irritante, mas nada que não conheçamos como é no Rio. Quando for para algum lugar, ao invés de dizer o número para onde está indo, o mais fácil é indicar entre que ruas você vai ficar (ex: Lexington Ave, entre a 48 e a 49).

- ruas: a maior parte das ruas e avenidas são numeradas e com isso é muito fácil se achar em Manhattan. Além disso, é fácil ter idéia de quanto terá que se caminhar de um local ao outro pela numeração das ruas. Ande o máximo possível a pé.


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  1. E o mapa, e o mapa? Era bem feito?

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    1. Não me lembro de ter usado nenhum mapa. Como a localização das ruas é muito clara por serem numeradas, ao saber um endereço já tínhamos uma boa idéia da localização. Além disso, as ruas são quase todas perpendiculares, igual a um tabuleiro de xadrez, e por isso fica também fácil calcular as distâncias.

      De toda forma, imagino que os mapas oferecidos aos turistas não sofram da mesma falta de escala como os do Rio de Janeiro, como você bem critica.

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