quarta-feira, 23 de julho de 2014

Quereres

{Auto-retrato feito a partir do reflexo no quadro IKB 3, de Yves Klein}

Sim, a vida está uma grande correria e esse é o motivo pelo qual esse texto entra no blog atrasado. E, baseada em observações empíricas (da minha própria existência), posso afirmar que, quanto mais compromissos temos, mais a vontade de fugir para um lugar distante aumenta. Às vezes o impulso escapista é tão grande que até eu, que piso na areia numa média de uma vez por década, sou capaz de me imaginar numa espreguiçadeira em uma ilha remota.


Como o ritmo aqui continua alucinado, não tenho condição no momento de escrever um texto extenso e coerente como vocês merecem. Porém, como também não consigo parar de pensar qual será a próxima vez que terei condição de viajar e somar experiências inesquecíveis ao currículo, pensei em dividir com vocês, em tópicos, vinte das coisas que adoraria fazer em algum momento da vida. Acho que, se não for ao menos divertido, dá para ter uma noção melhor do meu perfil como viajante. 

Vou adorar se vocês dividirem comigo nos comentários os seus objetivos de vida/férias futuras. Aí vão os meus, numa ordem aleatória:

1. Comer uma refeição preparada pelo chefe catalão Ferran Adrià, o que será especialmente difícil, pois ele fechou seu restaurante El Bulli sem data para reabertura (para quem não conhece, Adrià é um dos pais – e provavelmente o maior nome – da chamada cozinha molecular);

2. Pousar com um caça em um porta-aviões (é a única coisa que envolve uma grande descarga de adrenalina que eu realmente gostaria de fazer uma vez na vida);

3. Ir às Ilhas Galápagos ver as tartarugas gigantes e fazer uma reverência simbólica a Charles Darwin (lá foram feitas grande parte das observações que deram origem à teoria da evolução);

4. Assistir a uma ópera ou a um balé na Ópera Garnier (Paris), no Scala de Milão e no Colón (Buenos Aires);

5. Tomar um café na cidade de Huesca (quando George Orwell lutou na Guerra Civil Espanhola, seu comandante sempre dizia ao pelotão que eles “tomariam café amanhã em Huesca”, mas a tropa nunca conseguiu chegar nessa cidade);

6. Comer gafanhoto;

7. Ver uma plantação de chá no Sri Lanka;

8. Assistir a montagem anual de “O Anel dos Nibelungos” no teatro da cidade de Bayreuth (Alemanha), que foi pessoalmente concebido por Wagner para receber apresentações de suas obras;

9. Andar de balão;

10. Fazer a viagem no trem Expresso Oriente entre Paris e Istambul;

11. Ver um ritual de dança sufi;

12. Caminhar pela Avenida de Baobás de Madagascar (e, já que vou estar por lá, comprar algumas favas de baunilha – considerada a melhor do mundo);

13. Conhecer o Museu Heritage, em São Petersburgo (Rússia);

14. Ver as cerejeiras em flor no Japão (ou, pelo menos, em Washington DC);

15. Sobrevoar o Monte Roraima (isso se tornou uma leve obsessão depois de uma visita a Boa Vista a trabalho em 2011);

16. Testemunhar o “arco-íris lunar” nas Cataratas Vitória, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe (trata-se de um arco-íris formado pela luz da lua na densa névoa levantada pelo conjunto de cascatas);

17. Comer marzipã em Lübeck (cidade alemã conhecida por produzir o melhor do mundo);

18. Me hospedar em um Riad no Marrocos;

19. Tomar um mojito em Cuba, de preferência em algum lugar que tenha sido freqüentado por Ernest Hemingway;

20. Me embrenhar pelas ruínas de Angkor consumidas pela floresta, no Camboja.

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