Dez anos (ou uma declaração de amor)

{Nossos reflexos na areia dos Jardins de Luxemburgo, em Paris}

Amanhã faz dez anos que embarquei na aventura mais louca da vida. Porque é preciso que alguém tenha um argumento muito forte para me convencer que escolher dividir sua história com alguém não é algo ensandecido. Não é à toa que as pessoas formam casais quando estão apaixonadas: você tem que estar muito dopado por hormônios para não perceber que isso tem grande chance de dar muito errado. Porém, vez ou outra, calha de dar certo. E aí, mesmo quando aquele feitiço inicial começa a passar, você já se apegou à pessoa que está do seu lado. É como meu pai diz: “paixão é bom porque dá e passa. O problema é amor porque amor dura...”.

Ainda está caindo a ficha de que se passaram 10 anos que o André me pediu em namoro com um vídeo caseiro que contava nossa história (na época, de três meses). Quando eu era pequena, não sonhava em casar e ter filhos. Meu sonho era viver um grande amor, desses épicos. Porém, se alguém me contasse que o encontro desse grande amor seria aos 15 anos de idade, eu sem dúvida teria respondido com deboche a essa proposição.

Um relacionamento de uma década é sempre algo de grande relevância, mas quando esses 10 anos compreendem uma das fases de maior ebulição da vida, a convivência ganha outros contornos. Vivemos juntos o término do colégio, a entrada e saída da faculdade, as decisões e indecisões do começo da vida adulta. Vivemos juntos nossas vidas sem nunca achar que ela devesse ser uma vida só, na certeza de que éramos indivíduos diferentes que optaram por se unir, não se unificar. Cá para mim acho que o mais fundamental nesses anos todos foi que, como chegamos nesse relacionamento sem parâmetros anteriores, inventamos nossas próprias regras, nossos próprios caminhos lado a lado. 

Desde então, para não fugir do tema do blog, foram muitos livros e muitas viagens. De todos os estilos, para todos os lugares imagináveis. Para mim, a certeza que fica é a de que não importa o quão longe que se vá, o importante é ter para onde e, principalmente, para quem voltar. Onde o André estiver será o meu lar.