terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Aquisições de aniversário

{Parte dos livros que ganhei de aniversário}

Seguindo a lógica do post que fiz com os livros que ganhei de Natal, faço agora um falando sobre os que ganhei no meu aniversário. Os volumes que aparecem na foto acima foram aqueles que ganhei na festa de aniversário em que reuni alguns amigos. Por sinal, é preciso dizer que, além dos livros, todos os demais presentes tinham a minha cara. 

1. Graça Infinita, de David Foster Wallace
Poucos dias antes tinha passado por esse livro na livraria e seu tamanho tinha me chamado atenção. São daqueles que, mesmo com capa mole, ficam em pé como um tijolo. Foi me dado por uma amiga que já havia acertado em cheio em um ano anterior ao me dar O Homem que Queria Salvar o Mundo, de Samantha Power, sobre a vida de Sérgio Vieira de Mello. Com essa credencial de acerto, é claro que estou ansiosíssima para ler Graça Infinita. Segundo essa mesma amiga, trata-se de um livro que deve ser lido antes dos 25 anos, o que já não é mais possível. Pelo que descobri na orelha, a história se passa numa sociedade distópica. Pronto! Já é o suficiente para eu estar ainda mais curiosa.

2. Rebeldia de Nobel, de Xavier Ayén e fotografias de Kim Manresa
Ouvi falar desse livro, por acaso, numa breve menção no programa de TV Globo News Literatura. Ele é a coletânea de conversas e fotos de escritores laureados com o Nobel de Literatura e me pareceu de cara bastante interessante. Um amigo mais próximo perguntou ao André alguma dica de presente e foi assim que ele foi parar na minha estante. Para falar a verdade, nem para a estante ele foi ainda, porque de tão bonito continua na minha mesa de trabalho, onde fico namorando ele de vez em quando.

3. A Balada de Adam Henry, de Ian McEwan
Não é a primeira vez, nem a segunda, que um livro de Ian McEwan aparece por aqui. O autor inglês é considerado um dos melhores nesse idioma no momento e as tramas são muito bem construídas. Nesse romance, a personagem principal é uma juíza inglesa do Supremo Tribunal que, em meio a problemas familiares, se vê envolvida no caso da transfusão de sangue do adolescente que dá nome ao livro. Um problema que seria simples, não fosse o fato de seus pais se oporem ao procedimento, por serem Testemunhas de Jeová. A partir daí, o livro promete se enveredar pelos dramas psicológicos e pela oposição não tão clara entre racionalidade e devoção religiosa. Se o tema já é extremamente intrigante, a certeza da escrita primorosa de McEwan é o suficiente para apostar: deve ser um livrão!

4. Flores Artificiais, de Luiz Ruffato
Esse foi presente de amigos mais recentes e como nossa aproximação passa um pouco pelo amor compartilhado pela leitura, estou especialmente curiosa para começá-lo. Desse autor, só conheço o Eles Eram Muitos Cavalos, que li na época da faculdade para uma matéria de Literatura. No livro que conheço, as histórias são contadas de forma entrecortada, como se zapeássemos com um controle remoto. Ao invés de canais, pulamos da história de um desconhecido para outro, todos eles habitantes de uma mesma cidade. Pelo pouco que descobri pela orelha do livro até agora, Flores Artificiais fala, de forma quase que inversa, de encontros profundos feitos ao redor do mundo. O mais engraçado para mim foi que – e não sei se isso foi um fator para ser esse o livro que me deram de presente – um dos lugares desses encontros é Timor-Leste! Quero acreditar que uma coincidência dessas não é bem uma coincidência.

5. Eu Sou Malala, de Malala Yousafzai
O livro autobiográfico de Malala, que ganhou no ano passado o prêmio Nobel da Paz, deve ser denso. Naturalmente uma história de superação como a dela termina em tons alegres, embora toda a violência sofrida simplesmente pela luta pelo direito de estudar seja de uma crueldade sem tamanho. Porém, minha história pessoal com o livro é engraçada. Ainda não o li, mas já o ganhei de presente três vezes: a primeira delas no aniversário de 2014, a segunda no Natal do mesmo ano e a última neste último aniversário. Em resumo, o livro deve ter a minha cara. Com tantos sinais do destino, não vou demorar muito mais para lê-lo. 

6. O Sol Desvelado, de Isaac Asimov
Nunca ter lido nada do Asimov é uma falha na minha cultura literária. Ainda mais porque esse é o segundo livro que ganho desse autor. O primeiro, Fundação, me foi dado por um querido amigo anos atrás e o pobre volume ainda espera uma chance enquanto aguarda na minha estante. Agora que ganhei esse exemplar de outro amigo, não há mais desculpas. Caso você não tenha se localizado, Isaac Asimov é considerado um dos maiores autores de ficção científica e foi o responsável por cunhar o termo robô, tal qual o conhecemos. Talvez você conheça sua obra através de adaptações para o cinema, como no filme Eu, Robô.

7. Mafalda 1, de Quino 
Mafalda, absolutamente, nunca é demais. Trata-se da menininha mais famosa dos quadrinhos argentinos, que se revolta com as incongruências do mundo e sonha em um dia ser tradutora da ONU para selar a paz mundial. Um dia, tenho que escrever um texto aqui para contar com vagar todo meu amor por essa personagem. E essa paixão não é surpresa para ninguém no meu círculo de amizades. Não é à toa que ganhei esse livro de uma amiga e, no mesmo aniversário, uma necessaire com estampas de Mafalda de outra.

8. O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz
Está para nascer um autor que tenha captado tão bem o cinismo da vida burguesa como Eça de Queiroz. E já que abrimos a porta para falar de falhas na cultura literária, conhecer a obra de Eça exclusivamente por adaptações é outro erro pelo qual me penitencio. O Crime do Padre Amaro, por exemplo, conheço por referências de outras pessoas e pela adaptação para o cinema. Por sorte, há sempre uma amiga bacana para ajudar a gente a se redimir. Porém, a amiga que me deu o livro deixou bem claro: é angustiante à beça. Fica como leitura para depois das breves férias no final do mês.




Os livros da foto acima foram presenteados por amigos que não puderam estar comigo no meu aniversário, fosse por compromissos ou por estarem em outros países. Os quatro da esquerda, por sinal, foram um presente insano de uma amiga portuguesa que me mandou por e-mail um vale-presente numa livraria com um valor astronômico. Um absurdo! Mas um absurdo que foi usado com um prazer imenso. À responsável pela insanidade, meu muito obrigada e um beijo enorme, que lhe alcance seja em Portugal ou na Bélgica.

O livro à direita foi dado por um casal de amigos que não puderam ir à festa, mas me deram um abraço pelo aniversário na mesma semana. Sobre cada um dos livros, falo abaixo.

9. O Longo Século XX, de Giovanni Arrighi
Li esse livro em 2011 por ser parte da bibliografia da prova de admissão para o mestrado. Ele tem seu valor, mas o que me fez comprá-lo anos depois é uma leve neurose que me leva a querer substituir aos poucos todos os textos acadêmicos que tenho xerocados por suas versões impressas comercialmente. É bobagem minha, mas fica mais bonito na estante, além de mais fácil de manusear e consultar. Assim, aproveitei o vale-presente para comprá-lo. O livro defende que houve ao longo da História quatro ciclos sistêmicos da acumulação capitalista, respectivamente os de Gênova, Holanda, Inglaterra e Estados Unidos. O último corresponderia justamente ao longo século XX. No decorrer das páginas, o autor descreve as mudanças que foram sendo implementadas por cada um dos ciclos, permitindo que se tornassem hegemônicos. No fim, deixa a entender que o século XXI será do ciclo japonês, coisa que ele conserta num texto publicado posteriormente, em que admite que esse papel caberá à China.

10. Shakespeare: o que as peças contam, de Barbara Heliodora
Barbara Heliodora é conhecida como uma das maiores críticas de teatro no Brasil e maior conhecedora da obra shakesperiana em solo nacional. Logo, minha expectativa em relação ao livro é a de que ele seja uma pequena aula. Por sinal, falando na autora, há um documentário muito interessante sobre ela feito por uma querida amiga cineasta, a Ellen Ferreira. O filme se chama Barbara em Cena e foi elogiadíssimo. É possível assisti-lo no seguinte link, do portal da PUC-Rio: http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/PUC-Filmes/Barbara-em-cena-23699.html#.VL7SQCvF-Qc

11. Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie
Estou atrás desse livro faz um bom tempo. Minha curiosidade maior é com a própria autora, muito conhecida também no site de palestras TED por seu vídeo “The danger of a single story” (o perigo de uma história única). Ao que me consta, Chimamanda tenta sempre em seus livros falar um pouco de seu país natal, a Nigéria, e esse livro é especialmente próximo de sua história de vida. No romance, uma moça nigeriana vai estudar nos Estados Unidos. Nunca se sente ambientada no novo país, onde é sempre enxergada como africana. Porém, quando volta à Nigéria, tão pouco é reconhecida como local, pois ao adquirir novos hábitos no exterior, se tornou uma americanah. Deve ser um livro muito bonito.

12. Anel de Vidro, de Ana Luisa Escorel
Para falar a verdade, não sei nada sobre o livro. Só sei que em um comentário no Facebook aqui do blog, o livro me foi indicado e eu resolvi arriscar. O livro parece ter sido premiado há pouco tempo e a encadernação é belíssima. Tudo que sair dele será uma surpresa para mim e desconfio que será uma surpresa boa.

13. O Réu e o Rei: minha história com Roberto Carlos, em detalhes, de Paulo Cesar Araújo
O livro estava na minha lista de desejos e por pura coincidência me foi presenteado por um casal de amigos, que também são amigos do autor. Ele, por sinal, é o jornalista que foi envolvido na turbulenta briga com o cantor Roberto Carlos, que confiscou a biografia Roberto Carlos em Detalhes. Este foi, por sinal, o livro que aqueceu o debate sobre as biografias autorizadas no Brasil. O Réu e o Rei conta a história da proibição do livro anterior e de toda a batalha jurídica em torno dele. Tenho muita curiosidade para ler o livro. Até por que eu, pessoalmente, acho que biografia autorizada pelo biografado não é biografia; é peça de propaganda.




Bônus:

Um Dia na Vida de Amos McGee, escrito por Philip C. Stead e ilustrado por Erin E. Stead
Ganhei esse livro de uma amiga muito próxima no Natal, mas como o recebi depois da data do post sobre as aquisições natalinas, ele aparece aqui só agora. A história é uma graça e fala de forma muito doce sobre carinho e cuidado com quem se gosta. As ilustrações são magníficas (e receberam inclusive um importante prêmio da área). Ganhei o livro justamente porque compartilho com essa amiga o gosto por ilustrações e livros infantis. É um baita presente para crianças pequenas. 

Deixe suas impressões
(sobre a vida, o universo e tudo mais):

  1. Gabriela
    Tudo bem que você tenha ganho um montão de livros e esteja devorando-os, mas nos deixar sem o rio da sua aldeia desde 20/01 é humilhação demais.
    Deixo aqui o meu protesto! kkkkkkk
    Bjs., e fique com Deus!

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    Respostas
    1. Protesto corretíssimo, Fernando. Como comentei no post anterior, tirei "férias" porque estava viajando, mas voltei ao Brasil ontem e hoje o blog terá nova postagem. Por sinal, hoje "O Rio da Minha Aldeia" faz aniversário! Um beijo

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  2. Caramba! Que feliz coincidência! Há 24 anos, em 18 de fevereiro, tomei uma decisão de ordem espiritual que mudou a minha vida.
    Parabéns para você e um brinde a todos nós, seus leitores!
    Que Deus tenha você sempre guardada em um cantinho do Seu coração!

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