sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Aquisições de Natal

{Os livros que ganhei de Natal}


Antes de mais nada, um feliz 2015! E desculpem o atraso para a publicação desta postagem. Agora, voltemos um pouco à semana passada.

O milagre que mais me encanta no Natal é o da multiplicação dos livros. Nessa época minha estante sempre recebe novas aquisições, quase sempre escolhidas sob minha própria orientação. Como meu aniversário é no começo do ano, essas três semanas entre dezembro e janeiro formam o período em que meus maiores desejos literários chegam até mim. Divido com vocês meus presentes que já configuram na minha lista de leitura de 2015. (Se vocês gostarem desse tipo de post, posso fazer algo parecido depois do meu aniversário).

1. Longe da Árvore, de Andrew Solomon
O título brinca com o provérbio que diz que “o fruto nunca cai longe da árvore” em referência à semelhança que os filhos têm com seus pais. O propósito de Solomon é falar sobre filhos que são de alguma forma diferentes de seus progenitores e como essa relação pode ser conturbada. O próprio autor, disléxico e gay, experimentou essa situação com seus pais: em relação à dificuldade de escrita e leitura, recebeu compreensão e apoio incondicional; enquanto sua orientação sexual não foi aceita com tanta tranqüilidade. Já havia lido um breve texto de Solomon numa revista Piauí e, depois que assisti a uma entrevista sua na GloboNews, não tive dúvida de que queria o livro.

2. Olivia Não Quer Ser Princesa, de Ian Falconer
Esse livro infantil me atraiu primeiramente pelo título. Olívia é meu nome feminino favorito e achei inusitada a negativa em “ser princesa”. Trata-se de uma porquinha com o nome da capa que não entende porque todas as meninas querem ser iguais. Por isso, sai em busca de algo diferente para querer ser. O texto é rápido e bem humorado e as ilustrações que misturam desenho e montagem de fotos são muito bonitas. Me apaixonei e coloquei o título na minha lista de Natal.

3. O Príncipe Medroso e Outros Contos Africanos, de Anna Soller-Pont
Como já disse aqui antes, esse foi um dos livros que escolhi para dar de presente a uma criança nesse Natal. Folheando-o na livraria, fiquei eu mesma curiosa de ler cada conto com mais calma, ainda mais sendo a literatura africana muito mais difícil de chegar até nós do que a dos demais continentes. Motivo suficiente para entrar para a lista.

4. 14, de Jean Echenoz
Tenho uma curiosidade especial pela I Guerra Mundial. Quando achei esse livro em meio às novidades da livraria que freqüento e percebi que se tratava de um romance ambientado no período, me interessei. Pelo pouco que folheei, fala sobre jovens que são convocados para a guerra e imaginam que tudo não passará de um rápido episódio, sem saber quanto suas vidas serão atingidas pelo conflito. 

5. Serena, de Ian McEwan
Gosto muito desse autor, que também escreveu Reparação, livro do qual já falei aqui. Ele é considerado um dos maiores autores atuais de língua inglesa e tem uma capacidade de envolver o leitor invejável. Esse romance parece falar ainda por cima de espionagem (tema que, como boa leitora de Graham Greene, gosto muito). É um grande candidato a próximo livro a ser lido.

6. Sete Anos, de Fernanda Torres
Quando a Fernanda Torres lançou seu primeiro romance, Fim, e vi muitas pessoas elogiando, torci o nariz. Achei que eram só um bando de puxa-sacos querendo agradar uma atriz de talento que agora se embrenhava em outro domínio. Comprei o livro com quase desdém e paguei a língua: o romance é extraordinariamente bem escrito. Por isso, coloquei o novo livro de Fernanda Torres na minha lista. Trata-se de um compêndio de crônicas publicadas anteriormente. Tomara que seja tão bom quanto o livro de estréia.

7. História da Feiúra, de Umberto Eco
Namoro esse livro há anos, mas ele era muito caro. Depois que fizeram uma edição sem capa dura, ficou um pouco menos caro. É uma espécie de enciclopédia sobre a noção de feiúra ao longo da história. Existe também o História da Beleza, mas esse ficou para a lista de um outro ano. 

8. A Diaba e Sua Filha, de Marie Ndiaye
Não lembro bem como, mas há algum tempo acabei abrindo um link com vários livros infantis que falam sobre assuntos delicados. A Diaba e Sua Filha é um livro bastante sombrio que fala sobre a dificuldade de refugiados e imigrantes em serem aceitos nas comunidades em que buscam abrigo. Dei o livro de presente também nesse Natal e ele pareceu fazer sucesso com o presenteado. A história é triste e contada de forma lúdica. Um bom presente para crianças inteligentes.

9. Diário da Dilma: a Seção da Revista Piauí que Satiriza a Agenda da Presidente, de Renato Terra
A coluna na Revista Piauí monta um diário satírico da presidente a partir dos acontecimentos reais de cada mês. Pedi o livro de Natal porque, se já é divertido ler a seção mensalmente, imaginei que ler todas de uma tacada só seria ainda mais hilário.

10. A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery
O livro me foi recomendado pela minha nova professora de francês. Pretendia comprá-lo no idioma original, mas isso significaria levar muito mais tempo para ler o livro. Quando fui trocar alguns presentes repetidos que ganhei, o vi na livraria e achei que era um sinal. Pronto, trouxe o livro para casa. Parece que ele conta o encontro improvável entre uma zeladora sisuda e uma adolescente em depressão que têm em comum a paixão pela leitura.

11. Milagrário Pessoal, de José Eduardo de Agualusa
Foi outra aquisição feita nas trocas da livraria. Também já namorava os livros desse autor angolano há um tempão e acabei optando por esse por causa do enredo. É a história de uma lingüista especializada em neologismos que se dá conta de que há alguém destruindo a língua portuguesa de forma intencional. A partir dessa descoberta começa uma viagem arriscada por países lusófonos.

12. 20 Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne
Eu estou apaixonada pela coleção de clássicos em edição de bolso de luxo da Zahar. Para completar o desejo por esse livro, nunca li nada de Júlio Verne e já queria consertar esse erro há algum tempo. Cheguei a comprar dois exemplares para dar de presente de Natal, mas eu queria mesmo era um para mim. Resolvi o problema quando fui à livraria fazer as trocas.

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