terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Ritmo de leitura

{Corrida de cavalo na Ilha de Páscoa}

Mark Zuckerberg, criador do Facebook, anunciou que sua meta para 2015 é ler um livro a cada duas semanas. Parece inclusive que abriu um clube de leitura virtual para recomendar os livros que estiver lendo. A resolução dele me fez pensar em como meu ritmo de leitura vem mudando (ou sendo adaptado) ao longo da vida.

Na época do colégio, era normal ler um livro (ou mais) por semana. E isso independia da qualidade ou o tamanho do livro. Como sempre fui o tipo de aluna que prestava muita atenção à aula, mas nunca teve uma disciplina muito desenvolvida para sentar e estudar, as tardes (entre um curso ou outro) ficavam quase que todas para a leitura. Na hora do recreio no colégio, não era diferente. Assim, era fácil manter um ritmo relativamente bom, sendo o pico no mês de dezembro. Na graduação, mudou pouca coisa. Por mais que os trabalhos demandassem mais dedicação e mais tempo, não era difícil arranjar momentos para ler por lazer. A chocante baixa carga de leitura exigida – e estamos falando de uma faculdade de comunicação – deixava espaço para ler o que eu bem entendesse.

O que esculhambou mesmo com o ritmo foi o mestrado. Com uma demanda de leitura de cerca de 450 páginas por semana, mas o tempo indispensável para estudar os conceitos novos, conseguir ler um livro escolhido por mim a cada mês já me deixava satisfeita. É claro que levando em conta os livros lidos para o mestrado, a média de leitura não era tão baixa. Entretanto, na minha conta particular, livro lido sem ser por prazer não conta, assim como não contavam os obrigatórios indicados pelo colégio, mesmo quando eram bons.

Agora, mesmo trabalhando, começo a voltar à velha forma, mas ainda enferrujada. Alguns livros vão mais rápido, como foi o caso do muito bem escrito Tudo ou Nada, da Malu Gaspar, sobre a vida do ex-bilionário Eike Batista. Outros, ainda que bons, vão se arrastando, pelos mais diversos motivos. No momento, estou lendo Asmara et Les Causes Perdue (sem tradução para o português), de Jean-Christophe Rufin. O romance é incrível e se passa na Eritréia, tendo como pano de fundo os altos e baixos de uma ação de ajuda humanitária. A história é brilhantemente construída e o protagonista só é conhecido pela visão dos demais personagens, uma estratégia bastante interessante escolhida pelo autor. Só que o fato de estar em francês faz com que eu me demore mais em cada página, tirando a cadência gostosa de uma boa leitura.

Por isso, mais modesta do que o Zuckerberg, resolvi instituir uma meta para esse livro específico: vou acabá-lo até dia 20 de janeiro. Levando em conta o tamanho da minha edição de bolso e o número de páginas que faltam, isso significa uma média de 10 páginas por dia. Nada de outro mundo. Dessa forma, na viagem que farei em breve, sei que já terei outro companheiro encadernado.

Acho que vai ser essa a minha estratégia. Sem nenhuma meta anual, mas com o cuidado de não deixar um livro tomar tempo demais na minha cabeceira. Assim, ao que a lógica indica, a lista de próximas leituras tende a andar mais rápido, sem propostas grandiosas ou audaciosas. Vejamos como tudo se encaminha. E você? Tem alguma meta quanto à leitura esse ano?

Deixe suas impressões
(sobre a vida, o universo e tudo mais):

  1. Oi, Gabriela! Esse é o primeiro ano em que estabeleço uma meta de leitura: 24 livros. Já li 2 (viva o recesso!), mas agora o ritmo vai diminuir consideravelmente, porque paralelamente estou lendo um chamado "Desenhando com o lado direito do cérebro" (e este eu não estou levando em conta). Aliás, recomendo esse livro, é sensacional. A autora parte da ideia de que qualquer pessoa pode desenhar, já que esta é uma habilidade como a escrita: basta aprender a forma de olhar. Assim como nem todo mundo que sabe escrever se tornará um escritor, nem todo mundo que sabe desenhar se tornará um artista, mas olha... Já faz uma grande diferença.
    Em breve eu falarei sobre ele no meu blog, aí mando o link pra você.
    E sobre sua meta: boa sorte! :) Eu até hoje tenho um "Viagem ao centro da Terra" em francês que abandonei logo no início, e agora, que praticamente já esqueci tudo da língua, é que não vou retomar mesmo! Hahaha

    Um abraço,
    Monalisa
    www.literasutra.com

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    1. Oi, Monalisa. Acho que só não abandonei o Asmara et Les Causes Perdues porque a história é mesmo muito boa. A tática de estabelecer uma meta para o livro especificamente está dando muito certo e acho que vou terminá-lo antes mesmo do que tinha proposto.
      Quando escrever sobre o livro no seu blog, mande o link sim. Gosto muito de tudo que você posta no www.literasutra.com . Um abraço

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